Charles Baudelaire
Críticos e Ensaístas da Cultura Ocidental - Charles Baudelaire
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A série de biografias de críticos e ensaístas da moderna cultura ocidental é uma relação eclética. Nela constam historiadores, críticos, ensaístas e escritores das mais diversas procedências (alemães, americanos, brasileiros, espanhóis, franceses, ingleses, italianos, latino-americanos, suíços) identificados com a crítica ,com a história da cultura e com a teoria das artes (arquitetura, pintura, escultura ou música). De um modo geral, podemos classificá-los, no trato como abordam as artes e a cultura, entre os que seguem a escola sociológica, os da escola estética/simbológica e, por fim, os da escola psicológica. Conheça um pouco mais sobre Charles Baudelaire.
Charles Baudelaire
Poeta extraordinário e crítico cultural. Generoso e profético, em meio ao vexame de uma infeliz estréia de uma ópera de Wagner em Paris, enalteceu o compositor como um poderoso intérprete da modernidade. Um dos nomes maiores do Movimento Simbolista, com dois ensaios tidos como clássicos no gênero, celebrizou-se como um dos primeiros teóricos das artes em traçar as linhas gerais da Era Modernista. Neles definiu como modernidade tudo o que é transitório, fugitivo, circunstancial e contingente. Em contraposição à estética de Aristóteles fixada no perene, no imutável, na beleza imorredoura, sempre na busca da harmonia, da ordem , da simetria e do ritmo, o artista contemporâneo se move para captar o fugaz, o que logo se esvaziará, o incidental, aquilo que logo deixará de ser e de existir.
Trata-se de uma estética que decorreu da época do barco a vapor, da locomotiva, do telégrafo e da fotografia, do vem-e-vai alucinante da vida nas grandes metrópoles, das multidões anônimas que se cruzam nas avenidas tomadas pela volúpia da moda, do que é e do que já foi. O desafio dos que se lançam nas artes é captar o momento passageiro e escorregadio, que se vai com o vento ou com o vôo dos pássaros. Como retratar ou reproduzir a multiplicidade da vida moderna com a chega incessante de novidades? Como flagrar o que passou como um raio? Como extrair o eterno do transitório? Somente por meio de imagens metafóricas isso seria possível. Era através de parábolas, já dissera Goethe, que o transitório poderia ser dito. Para isso procurou aproximar a poesia da pintura atrás de vínculos que lhes identificassem as afinidades ocultas, invisíveis, para que a linguagem pudesse fazer uso da imagem pictórica e assim habilitar-se a corresponder a sua função de retratar o seu tempo... esquivo, inaudito, moderno enfim. O poeta de hoje, portanto, fará seus versos de fragmentos de palavras encontradas nas ruas, de letreiros, de coisas mal lidas, de um sussurro ou de um grito, de um bilhete encontrado na calçada ou de um pedaço de jornal velho.
Obras: "O Salão de 1845"; "O Salão de 1846"; "Richard Wagner e Tannhäuser em Paris" (1861); "A arte romântica" e Curiosidades Estéticas "(ambas publicações póstumas, de 1868).
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